Vindo de uma pandemia que nos limitou a liberdade de movimentos a um nível sem precedentes, tivemos que nos adaptar rapidamente, tal como é exigido neste mundo acelerado, a novas realidades e novos conceitos. As empresas foram forçadas a alterar muitos dos seus paradigmas e hesitações em permitir que os seus colaboradores trabalhassem fora do local habitual, percebendo que isso poderia ser benéfico para ambos os lados. Alguns custos de exploração e operação poderiam ser otimizados, e a poupança seria significativa. Por outro lado, muitos colaboradores viram isto como uma oportunidade para melhorar as suas condições de trabalho e alcançar um equilíbrio mais significativo entre trabalho e vida pessoal.
Durante o mesmo período, as escolas e as academias enfrentaram um enorme desafio ao adaptarem-se a esta nova realidade. Nas escolas, com mais ou menos dificuldade, foi possível adaptar-se, mas nas universidades, essa missão era, sem dúvida, mais complicada. Consideremos um sistema que tem sido pouco ou nada alterado, uma forma muito concreta de avaliar os conhecimentos. Bem sabemos da aversão à mudança que o ser humano possui, e neste aspecto, essa resistência é ainda maior. Mas a mudança era necessária e mais do que isso, desejável, pois as empresas, dínamos que movem a economia, assim o exigiam.
Assim como hoje é possível estar presente numa reunião, independentemente da distância física entre as partes, não será possível que o Ensino à Distância (EaD) se realize nesses mesmos canais, independentemente da distância? Há algum tempo que desejava voltar aos estudos, para concluir algo que tive de deixar a meio caminho por situações pessoais e profissionais que me impediram de continuar. Informei-me sobre este novo conceito de ensino e questionei-me: Porque não? E atirei-me de cabeça, como se tivesse sido tomado por um impulso que me levou a abraçar esta decisão.
As aulas começaram, muito a medo, na verdade não conhecia ninguém, mas além disso, questionava-me sobre como decorreriam as aulas e os trabalhos, se não havia contacto físico com os demais. Estas dúvidas e inquietações pairavam sobre a minha cabeça e seguramente também sobre a dos meus colegas. Aqui, a mente aberta dos alunos, aliada à experiência dos professores, foi fundamental para que o sucesso surgisse, depois de trabalho árduo.
Desengane-se quem pensa que o EaD é mais fácil; a facilidade termina quando podemos assistir a uma aula depois de ela ter acontecido. As dificuldades são imensas quando é necessário ter a disciplina de preparar a matéria que será ministrada pelo professor e levar dúvidas que possam contribuir para o sucesso das nossas aprendizagens. A conciliação entre o trabalho, a família e os estudos é um ponto de dor significativo neste modelo de aprendizagem. Um aspecto essencial para se ter sucesso é, sem dúvida, a organização. Na minha humilde opinião, para que o sucesso seja maior, falta que algumas áreas da academia compreendam que à distância também se pode produzir conhecimento.
Para além do conhecimento valioso que pude consolidar em certos casos e adquirir noutros, o que mais valioso que levo desta experiência são as pessoas que ficarão para o resto da minha vida no meu coração.
Rui Ramos
Aluno finalista do 3º ano da Licenciatura Gestão e Negócios EaD 2023/2024