Sou Mãe, Esposa, voluntária, funcionária e estudante pós-laboral, e considero-me resiliente, talvez a palavra mais correta seja mesmo esta – RESILIÊNCIA. O meu meio século de idade cronológica envolveu um conjunto de vivências, acontecimentos e sentimentos relacionados com o trabalho, sendo que cedo tentei detalhar metas, conhecer os desafios e as regras que iriam regular esse caminho, quer fossem sociais, legais ou outras.
Neste caminho social e profissional fui militar, com orgulho, numa carreira em que nada é mais igual do que ser soldado, em que as regras se aplicam ao militar, seja qual for o sexo, o credo, a cor, a orientação política, todos vestem a mesma farda e têm a noção que o ganho só existe se o esforço for coletivo. Despida a farda, com os miúdos pequenos, fui confrontada com empregos novos e sempre com algo a se manter, a vontade de contribuir, o meu empenho, o procurar saber para melhor executar o que esperavam de mim. Se havia e há discriminação ela não está associada ao meu sexo, mas sim aquilo que eu considero a forma correta de me apresentar na sociedade, contra o estabelecido e as verdades dogmáticas.
Ao fim destes anos, a minha vida permitiu-me as condições para incrementar as minhas habilitações académicas, e valorizar-me socialmente e profissionalmente através da obtenção da licenciatura, e é a minha perspetiva, que a mulher deve vencer pela sua competência, pelo seu mérito, pela vontade de saber e capacidade de lutar para demonstrar que é um elemento de valor. Tal como malabarista mantive e mantenho muitas bolas no ar e todas elas são importantes, a família, o emprego, o estudo. Devemos lutar para garantir a igualdade sem discriminação, como ela é determinada na Constituição da República, pois o caminho deve ser feito lado a lado, com as nossas forças a suprir a fraqueza do outro e vice-versa.
Isabel Mónica Machado Ribeiro
Aluna da Atlântico Business School – 3º ano de Licenciatura